Após o Brasil ter registrado em 2019 a menor taxa de homicÃdios da década, o número de assassinatos voltou a subir neste primeiro semestre, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados neste domingo, 18. Entre janeiro e junho, o PaÃs relatou 25.712 mortes violentas, ou 7,1% a mais em relação ao mesmo perÃodo do ano passado, o equivalente a uma vÃtima a cada dez minutos.
Se for feita a comparação tradicional, considerando apenas os anos já encerrados, o Brasil somou 47.773 assassinatos ao longo de 2019, o que representa o segundo recuo consecutivo do Ãndice. De acordo com o relatório, a queda de 17,7% também foi a maior registrada desde 2011. Por sua vez, a taxa de homicÃdios havia chegado a 22,7 casos por 100 mil habitantes, o melhor resultado da década.
Já mais recentemente, no primeiro semestre de 2020, as mortes violentas demonstraram comportamento contrário e aumentaram em 21 das 27 unidades federativas – incluindo São Paulo, historicamente responsável pela menor taxa. Para comparar, os casos só haviam subido em Rondônia em 2019.
Segundo o Fórum, a tendência se inverteu a partir de setembro de 2019 e o PaÃs acumulou nove meses de alta consecutivas. Esse cenário faz pesquisadores questionarem o quanto polÃticas de proteção à vida, de fato, foram implementadas. “Talvez a gente tenha perdido uma das maiores oportunidades das últimas três décadas”, afirma o diretor-presidente do Fórum. “Enquanto o indicador caÃa, ninguém se dedicou a entender o que estava dando certo e precisava ser estimulado.”
Proporcionalmente, o Ceará tem o pior resultado deste ano, com 2.340 assassinatos de janeiro a junho, e serve para ilustrar a mudança constatada. O mesmo Estado havia sido recordista de queda de homicÃdios em 2019. Especialistas ligam o fato à crise de segurança pública vivenciada com a greve da PolÃcia Militar em fevereiro. Unidades que também registraram atrito entre as forças de segurança e governos locais aparecem na sequência da tabela do Fórum. Entre elas, estão ParaÃba (19,2%), Maranhão (18,5%) e EspÃrito Santo (18,5%). Procurado, o Estado do Ceará destacou que em setembro houve 252 registros, o menor Ãndice de 2020.
POR ESTADAO CONTEUDO